31 dezembro, 2012

Não sou exemplo para ninguém. Vivo à margem do que pensam de mim e aparento ser uma menina pelo disfarce do que ainda me falta viver. E longe vão os tempos em que a minha alma era transparente ao olhar de quem amei. Não preciso que digam que me amam, preciso sim que me amem mesmo. Hoje não preciso de acreditar no amor, preciso que as pessoas me façam acreditar nelas. Mas também essa não é a minha maior preocupação. Na verdade a minha maior preocupação é viver, da melhor forma que conseguir. Em 2013, faz-me não desacreditar!

30 dezembro, 2012

O ano velho está a chegar ao fim. E quando isto acontece, vejo os momentos mais marcantes a passar em slow-motion mesmo atrás dos meus olhos. A vida é muito rápida, sabes? E os momentos que se dividem em bons e maus são vividos de uma forma alucinante. E alucinante é também aquilo que nos liga. Entre confidências, frases inacabadas, pensamentos silenciados, sorrisos-contagiantes e uma amizade invejável, fomos aquilo que muitos gostavam de ser. Mas quero mais. Quero que sejas mais. Quero ser mais contigo. E nunca te quiz de outra maneira. Promete-me que no novo ano não vais ter medo de ser feliz...

25 dezembro, 2012


Obrigada pela pessoa que tens sido e pela quantidade de vezes que me fazes sentir feliz.

15 dezembro, 2012

Está frio lá fora e o Inverno diz-me bom dia na tua ausência. Eu demoro sempre mais de cinco minutos a responder-lhe, porque até na ausência aprendi a trocar mimos e genes contigo. E fazes-me falta. Esforço-me em gostar de ti apenas o suficiente. Mas gosto sempre mais. E mesmo quando estás longe, eu continuo apaixonada. Continuo a gostar de ti. Da Pessoa que és. Eu já não sei mais o que fazer com estes sentimentos. Eu já não sei mais o que fazer contigo. Aliás, saber até sei. Quero o frio. Quero um chá quente de frutos vermelhos, uma manta, dias passados na cama a ver filmes enquanto a chuva bate com violência na vidraça da janela e o vento despe as árvores na rua deserta. Quero-te em cada um desses cenários. Quero que me aqueças o coração para saber que ele ainda bate. Quero-te a ti. Bem quente. 

06 dezembro, 2012

A ilusão provém de imagens desenhadas por outras mãos. Por isso, não tenhas medo. O pior que pode acontecer é apaixonares-te.
Gosto da maturidade, da tolerância e da cumplicidade da nossa relação. Mas pareces-me sempre mais racional que eu, e fico a achar que vou-te embelezando com palavras e carregando as emoções em tudo o que nos envolve . Mas esta sou eu. É assim a minha identidade. E contigo sou tudo aquilo que quero, e preciso que me queiras assim. Comigo, também serás sempre tu.

22 novembro, 2012

Não gosto que me roubem os sentimentos, mas quando as tuas mãos quentes percorrem o meu corpo frio e alimentam o desejo que sinto, fico desarmada. Desejo-te quando estou perto de ti. Não que não te deseje quando estou longe, mas quando estou perto desejo-te mais ainda. E não quero que o tempo passe depressa. Quero poder perder os sentidos segundo-a-segundo quando me beijares o pescoço arrepiado. Quero poder dizer-te palavras bonitas antes de adormeceres. Porque quando estou contigo percebo que não poderia estar noutro sítio, com outro alguém, e com os sentimentos a escaparem-me por entre os dedos. É fácil gostar de ti, difícil é tudo o resto. E sim, às vezes acho que é mais fácil ter um amante do que um amor. Mas és o amante e o amor. Tudo ao mesmo tempo. E o difícil é seres algo diferente disso.
Há coisas que me separam de ti. Os passados desencontrados, os horários apressados e incompatíveis, as responsabilidades e os compromissos que não partilhamos, mas que dão cor à nossa vida. Na ausência e na saudade gosto de ti. Mais ainda. Sempre gostei, mesmo à distância e nos quatro anos em que nos perdemos. Aos poucos aprendemos a gostar dos que não estão connosco todos os dias. Gostar é saber esperar. Até que chega o dia do contador de histórias. E a nossa história começou assim: louca, emaranhada, excitante. Uma daquelas histórias com principio-meio-e-fim. E quando o fim chegar, começámos tudo de novo. Porque eu estou contigo e tu estás comigo. E apenas isso tem chegado para existirmos no plural e para continuarmos a escrever... Nesta história, às vezes acordo a meio da noite para sonhar. E é aqui que me apercebo que, da mesma forma que há coisas que me separam de ti, há outras que nos unem, numa simbiose perfeita.

09 novembro, 2012

Sempre que vou ter contigo descarrego o mundo-inteiro quando pouso o meu casaco no puff que tens no hall de entrada. Tudo parece simples sempre que sinto o cheiro característico e obcecado do teu espaço. Mas a tua  casa não é o melhor que tens. O melhor que tens és tu. O melhor és tu. És tu que me chamas pelo nome e me abraças a seguir. És tu que ficas com a rabugice em franja sempre que falo demais, com histórias carregadas de expressividade e detalhes. És tu que adoras que te faça cafuné. E adormeces como se a vida lá fora fosse outra história. E é mesmo outra história. A vida lá fora é demasiado grande para nós e é preciso tão pouco para ficar contigo. Tão pouco...
- Mandas mensagem quando chegares a casa?
- Sim.
- E prometes que vais devagar e com cuidado?
- Claro. Eu não quero morrer hoje, porque ainda te quero fazer feliz amanhã.

31 outubro, 2012


Gostar de alguém faz-nos "baixar a guarda" e ficam a descoberto as cicatrizes, os sinais, os detalhes. Tudo aquilo que queríamos esconder. E tu já me conheces. Conheces-me na ausência das palavras, na apatia das expressões, na fuga dos encontros. Já sabes que não estou bem mesmo que te diga o contrário. Sabes ler-me à distância. E gostar de ti faz com que isso aconteça, cada vez mais e com mais força. Também quero conhecer-te, saber ler-te à distância e poder dizer, com convicção e uma grande dose de verdade, que esconder sentimentos não funciona entre nós nem aquieta a nossa história...

30 outubro, 2012

Tenho pressa quando falo contigo. Como se quisesse contar tudo-junto. A ânsia de te fazer viver o meu dia atropela-me. Tu ouves pacientemente e decoras cada detalhe da conversa.  Quando chego e não falo, tu estranhas. Quando chego e não ouves, eu estranho. Somos isto, tal e qual. Só me calo quando me beijas, e tu só falas quando eu chego devagarinho e fico amimada dentro do teu olhar. Os teus beijos sabem-me a casa. E hoje não quero dormir fora...

26 outubro, 2012

Às vezes preciso de ouvir o que não quero. Preciso de alguém que me diga que a vida é mais do que um conjunto imaculado de rotinas. Preciso de alguém que me ajude a quebrar a regras de vez em quando. De alguém que me abane e confirme se estou viva. Às vezes preciso que sejam duros comigo e me desafiem. Para não ter medo de arriscar. De arriscar gostar, fugir, beijar, esquecer, jantar fora, estar com amigos... às vezes preciso que chamem pelo meu nome. Que saibam quem sou. Às vezes preciso de ti. E tu estás lá, às vezes, sempre. Às vezes e sempre... Tens sido tudo o que eu preciso, sem tirar nem pôr.

16 outubro, 2012

É impossível não gostar de ti. Tens expressões que nunca vi, um olhar cheio de tudo e um sorriso invasivo. Tens tudo para me fazeres feliz. Mas também consigo olhar-te e ver-te fazer o mundo-inteiro-feliz. E é isso que me assusta. Porque o mundo-inteiro quer pessoas como tu. O mundo-inteiro quer ser feliz. Quer recadinhos pendurados na almofada, beijos no pescoço e o teu perfume nas mãos na viagem de regresso a casa. O mundo-inteiro quer pedaços de tempo contigo, daqueles que nem damos conta passar. E sentir o teu respirar no ouvido quando a porta do elevador se fecha e começa a descer. O mundo-inteiro quer "roubar-te" de mim e eu nunca quis tanto ser feliz, como quero contigo. E sim, é impossível não gostar de ti.

10 outubro, 2012

Desde que chegaste que me apercebi que gosto mais de mim. E é a primeira vez que isto me acontece. Tu fazes-me gostar de mim de todas as vezes que tentas reproduzir as minhas expressões incontroladas. E de todas as vezes que me deixas reproduzir as tuas. Tu fazes-me gostar de mim quando te abraço e te besunto de beijos. Tu fazes-me gostar de mim, mesmo quando choro, grito e me escondo. Tu fazes-me gostar de tudo o que vês em mim. Talvez porque gosto, de verdade, daquilo que sou para ti.

05 outubro, 2012



- Não deixamos nada por fazer, pois não? - perguntou-me.
- Ainda nos falta fazer tudo, meu amor.

27 setembro, 2012

Não consigo acreditar que sejas real. Não consigo porque me sinto fraca, carente, apaixonada. E a culpa é tua. Fizeste tudo bem, sabes? E não tinhas esse direito. Pedi-te tanto para não despires o meu amor, para não beijares os meus pontos fracos, para não lançares o teu charme sabendo perfeitamente que eu não iria resistir. Pedi-te para não usares sempre o mesmo perfume para não me viciar. Pedi-te para não me abraçares com tudo o que de melhor tens, nem me dizeres que me desejas do lado esquerdo da tua cama quando te deitas. Tu fizeste tudo bem. E custa-me o mundo quando não te tenho. Esquece. Esquece tudo o que eu disse. Na verdade, eu pedi-te tudo isso. E agora descobri que és real (de tão real que és). E pior, descobri que te adoro e que já eras o mundo inteiro antes de mim.

26 setembro, 2012

É tudo tão rápido entre nós, que quando eu vejo já passou. Quanto estiver contigo, vou querer que o meu corpo respire prazer e que o teu não controle o desejo. Vou querer ser o teu fôlego, a tua ânsia. Vou querer provocar-te, tocar-te, sentir-te. Vou querer fazer amor contigo. E que nesse tempo, o tempo pare, espere, sue, grite e respire sem ar, até a noite acabar.
Às vezes bem te procuro mas a minha cama é imensa e tu nunca estás. É exatamente aí que me perco. E acabo sempre por sentir a tua falta no silêncio. E o silêncio, tal como a lembrança do teu cheiro, não me aquece durante a noite. Faz-me querer-te, com mais força. Com tudo o que somos. E quem me dera sentir-te da mesma forma, aqui e agora. Porque os melhores amigos ouvem o que nós não dizemos. E hoje, hoje não me apetece dizer nada.


14 setembro, 2012

Esta noite cantas para mim? Juro que fico caladinha a ouvir-te. Se te enganares na letra, eu não faço troça. Se não a souberes por inteiro, eu canto contigo. Juro que não fixo o olhar embevecido em ti, nem respiro contra o teu pescoço. E podes sorrir para mim que juro que não te roubo um beijo. Daqueles infinitos como nós. Continua a cantar, como se soubesses que a tua voz é a minha calma. Não te quero distrair, mas deixa-me dizer-te que eu não sei querer-te mais do que quero agora. E quando acabares de cantar, vem-te acostumar a mim, porque o teu som é igual ao meu.

09 setembro, 2012

Ainda tenho tanta coisa boa guardada para nós. Ainda está tudo por acontecer. Falamos muito. Aparvalhamos mais. Mas dedicamos sempre um tempo àquilo que me faz desejar-te e que te faz desejar-me, também. E nesse tempo não se ouvem vozes. Ouve-se só, de quando em vez, pequenos gritos, palavras fracas e arrastadas, frases por acabar, respirações pulsadas e ofegantes. Tudo se faz e se desfaz a seguir. Os corpos respiram vontade. E o desejo apaga qualquer ruído e toma conta de nós. Não há palavras, só olhares. O meu corpo despe-se em pormenores e o teu enche-se de detalhes, com movimentos que não se esgotam. Há coisas infinitas. E esta deve ser uma delas...

07 setembro, 2012

Tu és aquilo que fazes com tudo o que fizeram de ti. E ser ainda-mais-especial cabe a poucos, a bem poucos. Às vezes acho que comecei por dar-te o mundo e acabei por dar-te nada. Se tens sido o suficiente para mim, então eu quero dar tudo o que puder por ti, tudo o que tiver por ti. Quero deixar-te com água na boca, dar-te um beijo e tirar-te a roupa. Quero ter-te aqui e ficar assim. Quero esquecer. Esquecer-o-resto e não esquecer-te-a-ti. Hoje quero que o que dizem por aí seja real, que existe tudo no meio do nada. Quero que tu existas em mim. Que me fales ao ouvido e me digas que me adoras. Mas tu és aquilo que nunca vou saber dizer. E hoje o silêncio não-se-cala e a tua boca não me-cala-a-mim.

15 agosto, 2012

- Tenta ficar bem, para voltares a ser o que eras. - disse-lhe.
- Não quero voltar a ser o que era. Quero ser algo que nunca fui. Ainda que não saiba o que isso significa.
O amor não é cor-de-rosa. O amor é feito de promessas. Promessas e pessoas. As promessas são como algodão-doce, nunca chegam para ficarmos totalmente satisfeitos, felizes. E as pessoas são ao que nos agarramos, com o corpo, com a alma, com tudo. As pessoas estão connosco se também estivermos com elas. É uma seta de dois sentidos. Na maioria das vezes, as pessoas que estão connosco não são as que nos aquecem à noite, as que nos mandam mensagens amimadas com tiradas poéticas, as que nos ligam e dizem o que queremos ouvir, as que nos tiram de casa ao sábado à noite para jantar num restaurante na baixa. Na maioria das vezes, as pessoas que estão connosco são as que nos acompanham todos os dias no autocarro para o trabalho, que nos dizem bom dia com um sorriso rasgado logo pela manhã quando pedimos "um café bem quente, por favor", que nos esperam, seja de que maneira for, e nos dizem sempre "como foi o teu dia?". A seta com dois sentidos. E as pessoas são promessas. As promessas são pessoas. E tudo isto é amor. Pelo menos é o que dizem...

13 agosto, 2012

Sabe bem não ser sempre forte. Sabe bem quando os outros são fortes por nós. A vida nem sempre é o que queremos, nem sempre é o que sonhamos, nem sempre é o que precisamos. E por isso é que choramos e nos sentimentos pequenos, muito pequenos. Ainda que eu não seja tudo para ti, estou do teu lado, hoje, para contribuir para que sejas feliz. Ou pelo menos para te fazer acreditar que isso (ainda) é possível. E também para que os momentos em que choras e te sentes pequeno, muito pequeno, sejam escassos. E estou preparada para ser mais paciente, mais amiga e mais madura. Porque tu mereces isso. Isso e tudo aquilo que ainda não consegui dar para te sentires feliz.

07 agosto, 2012

- Sinto falta de algumas pessoas e odeio-me por isso.
- Mas de quem é que sentes falta? - perguntou-lhe preocupada.
- De quem já tive e que não quero ter agora. De amigos que, talvez, não foram tudo o que precisei. Sou muito boa a gostar e muito má a esquecer.
- Pois, ser amigo não é mostrar que podemos pagar um copo às quintas-feiras à noite, é dizermos que gostámos, confiantes e seguros, de forma simples e fácil.

02 agosto, 2012

"Hoje, descobri o quanto eu te quero."
Às vezes temos que fechar um ciclo e iniciar outro. Ainda que não mude quase nada, aos nossos olhos muda tudo. Perdemos umas coisas, ganhamos outras. E se formos apaixonados pelo que fazemos, parece que ficam, sempre, espaços vazios. E é na altura em que sentimos que a vida muda, que procuramo-nos preencher, seja com o que for. Talvez por isso sinta de forma exacerbada a falta que algumas pessoas me fazem. E odeio-me por isso. Ás vezes somos exactamente tudo o que não queríamos. É aqui que tu entras. Consegues com que eu seja um pedacinho melhor. Estar contigo é mesmo o melhor remédio. E terapeuticamente falando, foste a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos. Sem tirar nem pôr.

28 julho, 2012

Eu desabafo quando me calo.

25 julho, 2012

Há qualquer coisa em ti que me faz querer-te mais, todos os dias.

19 julho, 2012

Tenho pensado em ti. Não que isso seja algo raro, porque não é. Mas quando as pessoas estão longe de nós damos um valor exacerbado a coisas que perto seriam apenas pormenores. Mas então, porque é que eu me lembro de todos os pormenores do último dia em que te vi? Porque é que mesmo longe, faço tudo como se estivesses perto? Continuo com a estúpida e incontrolável vontade de te contar todos os segundos dos meus dias. Acho que às vezes preciso de me ouvir e é por isso que falo contigo. Talvez aches estranho, mas apaziguas aquilo que faz confusão em mim. Esta semana não te tenho contado todos os segundos dos meus dias. Mas sabes, tenho pensado em ti como se tivesses direito a todo esse tempo. E no fundo, até tens...

06 julho, 2012

"Os amigos cada vez mais se vêem menos. Parece que era só quando éramos novos, trabalhávamos e bebíamos juntos que nos víamos as vezes que queríamos, sempre diariamente. E, no maior luxo de todos, há muito perdido: porque não tínhamos mais nada para fazer. Nesta semana, tenho almoçado com amigos meus grandes, que, pela primeira vez nas nossas vidas, não vejo há muitos anos. Cada um começa a falar comigo como se não tivéssemos passado um único dia sem nos vermos. Nada falha. Tudo dispara como se nos estivera - e está - na massa do sangue: a excitação de contar coisas e a alegria de partilhar ninharias; as risotas por piadas de há muito repetidas; as promessas de esperanças que estão há que décadas por realizar. Há grandes amigos que tenho a sorte de ter que insistem na importância da Presença com letra grande. Até agora nunca concordei, achando que a saudade faz pouco do tempo e que o coração é mais sensível à lembrança do que à repetição. Enganei-me. O melhor que os amigos e as amigas têm a fazer é verem-se cada vez que podem. É verdade que, mesmo tendo passado dez anos, é como se nos tivéssemos visto ontem. Mas, mesmo assim, sente-se o prazer inencontrável de reencontrar quem se pensava nunca mais encontrar. O tempo não passa pela amizade. Mas a amizade passa pelo tempo. É preciso segurá-la enquanto ela há. Somos amigos para sempre mas entre o dia de ficarmos amigos e o dia de morrermos vai uma distância tão grande como a vida." 
«Ainda ontem», Miguel Esteves Cardoso.

05 julho, 2012

Às vezes falamos sem abrir a boca e vivemos sem tirar a roupa.

30 junho, 2012

Não tem que fazer sentido, só tem que me fazer feliz. E sei perfeitamente que as coisas boas vêm com o tempo. As melhores? Essas vêm de repente. Talvez por isso tenhas aparecido quando menos esperei.
- Não consigo dizer "amo-te", mesmo que ame.
- Oh, porquê?
- Tenho medo de me magoar.
- E o facto de não dizer, não te magoa?

24 junho, 2012

Quis despir a realidade e deixar-me seduzir pelo que acredito. Por isso, guardei o passado numa caixa, mas ainda não tenho tudo que preencha o espaço vazio que ele deixou. E se hoje ainda não estás completamente dentro de mim, então terei que ser eu a colocar o futuro dentro de ti. 

22 junho, 2012

- Porque é que te afastaste?
- Porque percebi que perto ou longe eu não faço diferença.

14 junho, 2012

Tu não irias entender se eu tentasse explicar.

12 junho, 2012

Saíste-me a sorte grande.

10 junho, 2012

Em dias felizes, tentamos libertar-nos daquilo que nos faz tristes. Hoje, foi o dia.
Gostava de poder saber o que estás a pensar quando me olhas com desdém. De poder saber se sentes, exactamente, o mesmo que eu. De perceber se tens os mesmos sonhos e/ou se eu faço parte deles. Às vezes gostava de poder dizer-te o que penso, de poder mostrar-te o que sinto, de explicar-te os meus sonhos. - Se fazes parte deles? Oh, deixa-te de tontices. Os sonhos são uma coisa dos diabos, que vêm e vão, que saltam, rodopiam sobre si próprios e, quase sempre, voltam ao ponto de partida. Porque é que nos agarramos sempre a eles? Boa pergunta. É ridículo mudarmos o rumo das coisas. Mas mudamos, sempre, todos os dias. Às vezes mais que uma vez, num dia só. E o tempo é a coisa mais intemporal que já conheci. Mas também, tem a definição que queiramos que ele tenha. Às vezes, parece que passa tanto tempo desde a última vez que te vi, que estive contigo, que te ouvi e que te adormeci. E mesmo que eu queira ouvir o teu silêncio, é tudo tão difícil quando não estás. Às vezes, é difícil não aceitarmos que o passado se foi e que o presente é aquilo que nos mantém intactos, vivos e felizes. Às vezes é difícil porque o amor ataca os lençóis da memória. É nessa altura que baixo a cabeça e procuro por ti. Estás lá. Estás sempre. E é isso que me faz não saber nada sobre quem és e ao mesmo saber tudo sobre quem sou quando estou contigo.

04 junho, 2012

Gosto de palavras. Sempre me disseste que sou boa quando brinco com elas. Mas sei que isso não chega. E que és completamente o oposto de mim. Expressas-te num sorriso, num olhar, num toque... Sabes dizer-me o que sentes, sem te ouvir. E as palavras, essas que guardam mil histórias, às vezes perdem-se. Mas quando sorris para mim ou quando me olhas, quem se perde sou eu. Só eu. E no fim, nem as palavras restam.

02 junho, 2012

Às vezes quero ser o mundo em pessoa. A razão dos teus sonhos. E dos meus também. Às vezes quero ser a razão, apenas. A razão de seres feliz. E ouvi dizer que eras feliz. Então, entrei devagarinho. Telefonei-te todas as noites. Dancei para ti e despi-me de tudo para te dizer que também o sou quando estou contigo. É isso.

01 junho, 2012

Verdade ou consequência?

29 maio, 2012

O problema não é perdoar. É confiar de novo. E isso não me podes pedir.
Já te aconteceu apetecer-te chorar por estares feliz?

24 maio, 2012



«Nascemos todos com vontade de amar. Ser amado é secundário. Prejudica o amor que muitas vezes o antecede. Um amor não pode pertencer a duas pessoas, por muito que o queiramos. Cada um tem o amor que tem, fora dele. É esse afastamento que nos magoa, que nos põe doidos, sempre à procura do eco que não vem. Os que vêm são bem-vindos, às vezes, mas não são os que queremos. Quando somos honestos, ou estamos apaixonados, é apenas um que se pretende.Tenho a certeza que não se pode ter o que se ama. Ser amado não corresponde jamais ao amor que temos, porque não nos pertence. Por isso escrevemos romances — porque ninguém acredita neles, excepto quem os escreve.Viver é outra coisa. Amar e ser amado distrai-nos irremediavelmente. O amor apouca-se e perde-se quando se dá aos dias e às pessoas. Traduz-se e deixa de ser o que é. Só na solidão permanece. […]Tenho o meu amor, como toda a gente, mas não o usei. Tenho também a minha história, mas não a contei. O romance que escrevi, escrevi-o para quem não quer saber dos amores ou das histórias de ninguém. Não contei nem inventei nada. Não usei nem pessoas nem personagens. Fugi. Quis mostrar que pertencia ao mundo onde o amor, como as histórias e os romances, existem só por si. Como se me dirigisse a alguém. Outra vez.É sempre arrogante e pretensioso escrever sobre uma coisa que se escreveu. Apenas posso falar do que foi aminha vontade: escrever sobre o amor, sem traí-lo, defini-lo ou magoá-lo; deixando-o como era, antes da primeira palavra que escrevi. Seria inadmissível pôr-me aqui a cismar se consegui ou não fazer o que eu queria. Como seria dizer que não sei. Sei. Sei que não consegui. Só espero não tê-lo conseguido bem.»

Miguel Esteves Cardoso in "O amor é fodido"
Já perdi coisas só pelo medo de perder.

21 maio, 2012

Queria jogar ao esconde-esconde contigo. Emprestar-te as minhas roupas e dormir com as tuas. Esperar por ti, enquanto tomas banho e te perfumas. Massajar o teu pescoço e falar-te ao ouvido, perto mas não muito. Beijar as pálpebras dos teus olhos enquanto dormes e sentir o teu respirar no meu peito. Ligar-te ao final do dia e contar-te cem histórias com mil exemplos. Rir-me daquilo que dizes. Da tua loucura. E da minha, também. Ver filmes contigo no sofá da tua sala e enrolar-me no teu cobertor preferido antes de adormecermos. Às vezes quero-te pela manhã. Pela tarde e pelo fim do dia. Mesmo que não me deixes dormir até às 17. Acho que adoro quando fico aí. Gosto do teu olhar e de te olhar. Gosto de te querer quando te cheiro. Gosto de sentir a tua pele na minha pele. E de te abraçar quando te magoam. De te irritar quando faço parvoíces e quando não as faço também. Gosto quando tenho calor e tu tens frio. E quando te tapo com o cobertor a meio da noite. Ou quando te sufoco. 
Fico preocupada quando ficas muito tempo sem me dizer nada. E sinto-me impotente quando estás triste. Sonho em dançar para ti e reatar contigo sempre que existam falhas de comunicação. Porque acontece arrepender-me quando estou errada. E desejar que voltes atrás quando és tu a estar. Mas fico desarmada sempre que sorris. E mesmo sabendo que às vezes não dou o melhor de mim, gosto de ti. E não mereces menos que isso. Deixa-me chegar perto e, de alguma forma, partilhar contigo o irresistível, o insensato, o incondicional, o poderoso, o envolvente, o enredo que conseguirmos criar. Deixa-me saber quem és. E que possas saber quem sou. Agora. Porque o amanhã, o amanhã pode nem existir.

20 maio, 2012

"Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. É preciso aceitar esta mágoa, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si, isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. "


Miguel Esteves Cardoso, in Último Volume.

28 abril, 2012

Tenho medo de te perder. Isto acontece sempre que gostamos de alguém, eu sei. Mas preferia gostar de ti e não ter medo de nada. A cumplicidade com que respondemos é indubitavelmente estranha. Dou por mim a sentir-te aqui, quando não estás. A ouvir-te, sem falares. A compreender-te, sem te ouvir. A cheirar-te, sem estares por perto. A amar-te, sem saber sequer que existes.
Não quero significar tudo para ti, nem quero ser incapaz de ter um vínculo puro e genuíno contigo. Não quero basear-me na atracção e no desejo que sinto sempre que estás aqui. Quero saber que existes em mim e que, da mesma forma, existo em ti. Quero ser humana contigo e compreender todos os sentimentos que vivermos. Quero ser feliz, também. E, no fundo, do que eu tenho mesmo medo é que exista alguém que possa te fazer mais feliz que eu. É isso.