10 junho, 2012

Gostava de poder saber o que estás a pensar quando me olhas com desdém. De poder saber se sentes, exactamente, o mesmo que eu. De perceber se tens os mesmos sonhos e/ou se eu faço parte deles. Às vezes gostava de poder dizer-te o que penso, de poder mostrar-te o que sinto, de explicar-te os meus sonhos. - Se fazes parte deles? Oh, deixa-te de tontices. Os sonhos são uma coisa dos diabos, que vêm e vão, que saltam, rodopiam sobre si próprios e, quase sempre, voltam ao ponto de partida. Porque é que nos agarramos sempre a eles? Boa pergunta. É ridículo mudarmos o rumo das coisas. Mas mudamos, sempre, todos os dias. Às vezes mais que uma vez, num dia só. E o tempo é a coisa mais intemporal que já conheci. Mas também, tem a definição que queiramos que ele tenha. Às vezes, parece que passa tanto tempo desde a última vez que te vi, que estive contigo, que te ouvi e que te adormeci. E mesmo que eu queira ouvir o teu silêncio, é tudo tão difícil quando não estás. Às vezes, é difícil não aceitarmos que o passado se foi e que o presente é aquilo que nos mantém intactos, vivos e felizes. Às vezes é difícil porque o amor ataca os lençóis da memória. É nessa altura que baixo a cabeça e procuro por ti. Estás lá. Estás sempre. E é isso que me faz não saber nada sobre quem és e ao mesmo saber tudo sobre quem sou quando estou contigo.

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