Não comeces aquilo que não podes acabar.
31 dezembro, 2011
28 dezembro, 2011
Não sei quem irá terminar o que ninguém começou. Às vezes acontece o meu corpo confundir-se com o teu, numa das noites em que, de repente, algo nos tapou um braço, uma mão, o teu cabelo castanho, protegendo o sono que tomou conta de nós. E o tempo, esse doce e silencioso, chegou devagar, aos soluços, e voltou a tomar conta de tudo. Vou adormecer, assim.
26 dezembro, 2011
Às vezes lembro-me de ti, se calhar mais vezes do que queria. O choque (que não mata, mas dói) é maior nesta época de Natal porque dizem que é "tempo de estar com quem gostamos e com quem gosta de nós". E as saudades só acontecem a quem sabe responder ao que sente. Não sei responder a tudo aquilo que sentimos. Mas sei dar-te os bons dias, puxar-te para mim e cobrir o teu sorriso (ainda ensonado) de beijos. Tenho saudades tuas, sim. Mas só um pouquinho. Por isso, hoje vou despedir-me de ti sem palavras. E pensar no beijo na testa que adoro dar-te antes de te aconchegar e sair sem dares conta. Já é quase amanhã, eu sei, mas parece que nunca mais chegas.
23 dezembro, 2011
19 dezembro, 2011
- Mas tu não poupas palavras: tu escreves. Todas as noites gastas uma hora a escrever um diário nesse teu caderno...
- Escrever não é falar.
- Escrever não é falar.
- Não? Qual é a diferença?
- É exactamente o oposto. Escrever é usar as palavras que se guardaram: se tu falares de mais, já não escreves, porque não te resta nada para dizer.
Miguel Sousa Tavares, No Teu Deserto.
18 dezembro, 2011
Sou igual à gente que chega e toma um café apressado. Vejo-te ao longe e nunca sei se os teus sentidos me aquecem ou gelam. O teu olhar não me diz exactamente quem tu és e eu procuro as marcas que deixas no meu corpo e peço que elas sejam sempre tuas. Sabes, conheço partes de ti, apenas partes. Sei exactamente quando não queres que eu faça perguntas ou quando precisas que te faça rir. Essas partes são suficientes, têm sido suficientes, mesmo quando me confundem da cabeça aos pés. E eu só quero um café e um amor. Quentes, bem quentes, por favor.
09 dezembro, 2011
Se um dia eu não estiver contigo, vou querer saber quem é a pessoa que vai cuidar de ti. Que seja alguém especial, alguém que saiba tudo aquilo que mereces e o que não mereces, também. Se um dia eu não estiver contigo, vou querer que te lembres de tudo aquilo que "escrevemos". E da quantidade de vezes que nos rimos das coisas mais patetas e ridículas. Se um dia eu não estiver contigo, é sinal que também não estarás comigo. E nesse dia, vou ter saudades tuas, se calhar um pedacinho mais do que tenho agora.
04 dezembro, 2011
01 dezembro, 2011
Preciso de diminuir as vozes na minha cabeça. Porque é que quando me abraças não vejo o que não sentes? Por vezes não basta despir o teu amor, preciso perceber exactamente onde me perco, quando estou contigo. Quero encontrar-te pelo caminho. E se as luzes se apagarem, vou querer sentir cada pormenor teu. Como se te conhecesse sem te ver.
30 novembro, 2011
Sei que não sou a única a fazer-te sorrir, sei que o teu Inverno ainda não chegou e o meu já me gela as pontas dos dedos das mãos. Sei que sabes que para mim tens o mundo lá fora. E parece que estou sempre a falar de ti, mesmo quando não digo nada. Parece que tropeço em ti, quando percorro as estradas que já me conhecem os passos. Como se tudo o que eu tinha antes de te conhecer não exista mais. Deixe que o nosso beijo dure, deixa que o tempo cure. E deixa-me entrar nos teus sonhos, só esta noite, sem que ninguém possa dar conta. Nem eu, nem tu.
23 novembro, 2011
19 novembro, 2011
A música é como se ouvem os sentimentos, sem ela a vida seria um erro. E errar, erramos todos. Acertar calha a poucos, a bem poucos. Por isso, devemos tornar-nos naquilo que somos, exactamente naquilo que somos. E se achares que não estou à altura do desafio, diz-me isso nua e cruamente. Nesse dia, cedo o meu lugar a quem te mereça. Alguém que decore os teus planos. Alguém que não precise que fales para te entender. Alguém que te dê tudo. Alguém que seja perfeito. Alguém que não exista...
11 novembro, 2011
01 novembro, 2011
Adoro a tua expressão incontrolada, como se não te importasses minimamente com o que pensarão de ti. Esse teu jeito faz com que seja demasiado fácil gostar de ti e achar que a vida demora, mas não falha. E ainda que seja mais sentimentalista do que tu, mostras-me como gostar de alguém sem o dizer. E arrepia-me pensar que às vezes sou estupidamente exigente. Deixa-me ficar em ti, como algo que fique aí dentro, imergido, conservado, embrenhado.
25 setembro, 2011
Dou por mim a escrever para me libertar da emoção, para a transferir deste meu corpo e ficar sossegada entre as mil dúvidas que me assombram. O meu rosto foi desenhado com a cara de quem me está a ouvir, para que não me façam perguntas quando não quero responder. E pensar que continuamos a viver num talvez, quando temos o poder na mão. E pensar que tudo seria melhor, se não adiasses as certezas. Sabes a solução e preferes ver-me sem saber, seja o que for.
23 setembro, 2011
Não quero reviver nenhum passado, que machuque secreta e silenciosamente. E eu não travo conversas com ele faz tempo. Porque tu tens sido um escape, um ponte de fuga, uma viagem sem regresso, mas certa e segura. És imprevisível e, ao mesmo tempo, é como se soubesse quase tudo de ti. Não quero que digas nada, não quero que me expliques, nem que me procures. Porque eu vou estar por perto para te lembrar tudo o que já vivi contigo.
20 setembro, 2011
Deito-me à espera sobre um dia não e, por momentos, esqueço a distância que será o único pano de fundo. Já não me lembrava do sabor de uma lágrima, mas voltei a prová-la ontem, hoje e à mais ou menos meio minuto atrás. És um bocadinho mais do que devias e isso assusta-me.
- Vou ter saudades tuas - sussurraste, a meio daquele abraço sufocante.
A tua t-shirt absorveu a lágrima, um pedacinho antes de a provar.
E eu, estúpida e atónica, respondi que atrás do pôr do sol existem potes de ouro e estão todos à tua espera. Sabes, quem cumpre um sonho sabe bem o valor do que quer. E olho para ti, com orgulho, ontem, hoje, e à mais ou menos meio minuto antes de me cair mais uma lágrima. Vai, mas volta...
- Vou ter saudades tuas - sussurraste, a meio daquele abraço sufocante.
A tua t-shirt absorveu a lágrima, um pedacinho antes de a provar.
E eu, estúpida e atónica, respondi que atrás do pôr do sol existem potes de ouro e estão todos à tua espera. Sabes, quem cumpre um sonho sabe bem o valor do que quer. E olho para ti, com orgulho, ontem, hoje, e à mais ou menos meio minuto antes de me cair mais uma lágrima. Vai, mas volta...
04 setembro, 2011
Percebi com uma facilidade arrepiante que a nossa balança está em desequilíbrio. E esta história já me aconteceu. A dada altura percebemos que o amor é um desconsolo, que aquilo que poderia encher a nossa vida é também aquilo pelo qual esperamos incansavelmente. Percebi com uma facilidade estúpida que gosto de ti mais do que queria e que posso pagar caro por isso, principalmente porque já és muito mais do que eu te sei dizer. E se achavam que tinha crescido nestas coisas do coração, desenganem-se. Sou ainda mais ingénua que ontem e mais amante que amanhã.
30 agosto, 2011
25 agosto, 2011
24 agosto, 2011
23 agosto, 2011
A música ouve-se ao longe, por entre o barulho do amanhecer lá fora e a tua respiração no meu ouvido. Tu abraças-me e sinto-me completamente atordoada e confusa. E ficas sempre com aquele ar de quem anda a tramar alguma. Deixo que isso não me preocupe, que as cores percorram o meu corpo e eu fique presa àquilo que me fazes sentir e não somente ao que sinto. E da mesma maneira que é tarde para voltar atrás, é cedo para seguir em frente. Por isso, fico assim, amimada e saciada com tudo aquilo que sei de ti. Sei pouco, eu sei. Mas sei o suficiente para saber de mim, também.
22 agosto, 2011
19 agosto, 2011
Há coisas que tentas explicar que não têm explicação. É como a chuva no verão ou o sorriso a esconder a lágrima. Mas não deixes tudo ficar como está. Tornou-se uma vida metódica, melódica, irremediavelmente atípica e atemporal. E estamos à margem um do outro. As lembranças fazem doer, como se a roupa que trago se rasgasse em pedaços e eu ficasse exposta a todos os perigos do mundo. De ti, não quero lembrar nada. Porque levaste de mim muito e o que ficou foram restos de palavras que decorei de tanto as ouvir. E por vezes ficamos cansados, principalmente de esperar. Espero amanhã não ser mais a mera expectante à espera do teu primeiro-passo. Primeiro-passo esse que não chega. Que nunca vai chegar.
17 agosto, 2011
Se achares que eu mudei é sinal que estiveste fora durante um tempo. E também é sinal que voltaste. Se amar alguém existe, deixar de amar também deve existir, não é? Mas nunca ninguém deu nome a esse estúpido sentimento. Amar mexe com o coração, "desamar" magoa o corpo todo. E possivelmente não é falta de amor, é perda dele (em algum momento ele esteve lá). É fodido pensar na grandiosidade do amor, porque nunca ninguém ousou achar-lhe um antónimo. Talvez com medo da sua grandiosidade, também.
11 agosto, 2011
“O lixo dos sentimentos é uma espécie de película peganhenta de indiferença que entra pela «porta dos fundos» da nossa vida e nos guarda, para viver, um quartinho nas traseiras do nosso coração. (…) Eu, por mim…defendo que, em vez de guardarmos (só para nós) aquilo que doa, não devemos de deixar de depositar, devidamente acondicionado, dentro de quem nos magoa, a autenticidade de tudo o que sentimos (mesmo que pareçam desperdícios). E defendo mais: que assumamos esta irresistível tendência de separarmos (dentro de nós) o lixo dos sentimentos, levando a que a sua reciclagem nos permita transformar tudo o que nos mói em sinais interiores de riqueza. (…) Desde que tudo o que era para se deitar ao lixo se fale: com um som, com um nome, num gesto ou por um sinal (mesmo que seja simples ou fugaz). Mas que se fale. Porque, afinal, o lixo dos sentimentos embrulha-se de um silêncio que nos atordoa. E mata, em combustão lenta, todos os namoros da vida.”
"Chega-te a mim e deixa-te estar" - Eduardo Sá
27 julho, 2011
Ás vezes temos que aprender a calar a dor, a tremura, o rubor. São sobras de paixão, coisas que acabam por ficar impregnadas em nós como restos de tudo aquilo que um dia foi "nosso". Ás vezes temos que deixar as pessoas irem embora, e esperar. Esperar que o mundo cuide de nós, quando apenas um coração partido faz doer todo o corpo. E acontece que, nesse dia, a alma rebenta-nos nas mãos. E aprendemos a não querer mais do que aquilo que nos resta.
13 julho, 2011
07 julho, 2011
06 julho, 2011
Há promessas que te fiz e que ainda não cumpri. E pensar que não vou mais olhar para trás, faz-me desacreditar na nossa história. Fechei a porta a todas as mentiras e tu não entraste, mesmo que me lembro de ti a toda-a-hora. Não posso nem vou viver como alguém que só espera um novo amor. É que a minha vida tem mais portas, para além da tua. Por isso escuto o silêncio que há em mim e basta, e sei que há coisas que talvez nem queira ouvir.
05 julho, 2011
03 julho, 2011
20 junho, 2011
Precisamos de "olhar de novo" para nós mesmos, para sermos melhores com os outros. Desfocar e voltar a focar, entender o antes e o depois. E às vezes crescemos, às vezes somos a nossa própria aventura, o nosso próprio desafio. E isso é, ao mesmo tempo, assustador e viciante. Quando me "olho de novo", nem sempre sei quem sou, mas nunca esqueci de onde vim.
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