22 novembro, 2012

Não gosto que me roubem os sentimentos, mas quando as tuas mãos quentes percorrem o meu corpo frio e alimentam o desejo que sinto, fico desarmada. Desejo-te quando estou perto de ti. Não que não te deseje quando estou longe, mas quando estou perto desejo-te mais ainda. E não quero que o tempo passe depressa. Quero poder perder os sentidos segundo-a-segundo quando me beijares o pescoço arrepiado. Quero poder dizer-te palavras bonitas antes de adormeceres. Porque quando estou contigo percebo que não poderia estar noutro sítio, com outro alguém, e com os sentimentos a escaparem-me por entre os dedos. É fácil gostar de ti, difícil é tudo o resto. E sim, às vezes acho que é mais fácil ter um amante do que um amor. Mas és o amante e o amor. Tudo ao mesmo tempo. E o difícil é seres algo diferente disso.
Há coisas que me separam de ti. Os passados desencontrados, os horários apressados e incompatíveis, as responsabilidades e os compromissos que não partilhamos, mas que dão cor à nossa vida. Na ausência e na saudade gosto de ti. Mais ainda. Sempre gostei, mesmo à distância e nos quatro anos em que nos perdemos. Aos poucos aprendemos a gostar dos que não estão connosco todos os dias. Gostar é saber esperar. Até que chega o dia do contador de histórias. E a nossa história começou assim: louca, emaranhada, excitante. Uma daquelas histórias com principio-meio-e-fim. E quando o fim chegar, começámos tudo de novo. Porque eu estou contigo e tu estás comigo. E apenas isso tem chegado para existirmos no plural e para continuarmos a escrever... Nesta história, às vezes acordo a meio da noite para sonhar. E é aqui que me apercebo que, da mesma forma que há coisas que me separam de ti, há outras que nos unem, numa simbiose perfeita.

09 novembro, 2012

Sempre que vou ter contigo descarrego o mundo-inteiro quando pouso o meu casaco no puff que tens no hall de entrada. Tudo parece simples sempre que sinto o cheiro característico e obcecado do teu espaço. Mas a tua  casa não é o melhor que tens. O melhor que tens és tu. O melhor és tu. És tu que me chamas pelo nome e me abraças a seguir. És tu que ficas com a rabugice em franja sempre que falo demais, com histórias carregadas de expressividade e detalhes. És tu que adoras que te faça cafuné. E adormeces como se a vida lá fora fosse outra história. E é mesmo outra história. A vida lá fora é demasiado grande para nós e é preciso tão pouco para ficar contigo. Tão pouco...
- Mandas mensagem quando chegares a casa?
- Sim.
- E prometes que vais devagar e com cuidado?
- Claro. Eu não quero morrer hoje, porque ainda te quero fazer feliz amanhã.