27 setembro, 2012

Não consigo acreditar que sejas real. Não consigo porque me sinto fraca, carente, apaixonada. E a culpa é tua. Fizeste tudo bem, sabes? E não tinhas esse direito. Pedi-te tanto para não despires o meu amor, para não beijares os meus pontos fracos, para não lançares o teu charme sabendo perfeitamente que eu não iria resistir. Pedi-te para não usares sempre o mesmo perfume para não me viciar. Pedi-te para não me abraçares com tudo o que de melhor tens, nem me dizeres que me desejas do lado esquerdo da tua cama quando te deitas. Tu fizeste tudo bem. E custa-me o mundo quando não te tenho. Esquece. Esquece tudo o que eu disse. Na verdade, eu pedi-te tudo isso. E agora descobri que és real (de tão real que és). E pior, descobri que te adoro e que já eras o mundo inteiro antes de mim.

26 setembro, 2012

É tudo tão rápido entre nós, que quando eu vejo já passou. Quanto estiver contigo, vou querer que o meu corpo respire prazer e que o teu não controle o desejo. Vou querer ser o teu fôlego, a tua ânsia. Vou querer provocar-te, tocar-te, sentir-te. Vou querer fazer amor contigo. E que nesse tempo, o tempo pare, espere, sue, grite e respire sem ar, até a noite acabar.
Às vezes bem te procuro mas a minha cama é imensa e tu nunca estás. É exatamente aí que me perco. E acabo sempre por sentir a tua falta no silêncio. E o silêncio, tal como a lembrança do teu cheiro, não me aquece durante a noite. Faz-me querer-te, com mais força. Com tudo o que somos. E quem me dera sentir-te da mesma forma, aqui e agora. Porque os melhores amigos ouvem o que nós não dizemos. E hoje, hoje não me apetece dizer nada.


14 setembro, 2012

Esta noite cantas para mim? Juro que fico caladinha a ouvir-te. Se te enganares na letra, eu não faço troça. Se não a souberes por inteiro, eu canto contigo. Juro que não fixo o olhar embevecido em ti, nem respiro contra o teu pescoço. E podes sorrir para mim que juro que não te roubo um beijo. Daqueles infinitos como nós. Continua a cantar, como se soubesses que a tua voz é a minha calma. Não te quero distrair, mas deixa-me dizer-te que eu não sei querer-te mais do que quero agora. E quando acabares de cantar, vem-te acostumar a mim, porque o teu som é igual ao meu.

09 setembro, 2012

Ainda tenho tanta coisa boa guardada para nós. Ainda está tudo por acontecer. Falamos muito. Aparvalhamos mais. Mas dedicamos sempre um tempo àquilo que me faz desejar-te e que te faz desejar-me, também. E nesse tempo não se ouvem vozes. Ouve-se só, de quando em vez, pequenos gritos, palavras fracas e arrastadas, frases por acabar, respirações pulsadas e ofegantes. Tudo se faz e se desfaz a seguir. Os corpos respiram vontade. E o desejo apaga qualquer ruído e toma conta de nós. Não há palavras, só olhares. O meu corpo despe-se em pormenores e o teu enche-se de detalhes, com movimentos que não se esgotam. Há coisas infinitas. E esta deve ser uma delas...

07 setembro, 2012

Tu és aquilo que fazes com tudo o que fizeram de ti. E ser ainda-mais-especial cabe a poucos, a bem poucos. Às vezes acho que comecei por dar-te o mundo e acabei por dar-te nada. Se tens sido o suficiente para mim, então eu quero dar tudo o que puder por ti, tudo o que tiver por ti. Quero deixar-te com água na boca, dar-te um beijo e tirar-te a roupa. Quero ter-te aqui e ficar assim. Quero esquecer. Esquecer-o-resto e não esquecer-te-a-ti. Hoje quero que o que dizem por aí seja real, que existe tudo no meio do nada. Quero que tu existas em mim. Que me fales ao ouvido e me digas que me adoras. Mas tu és aquilo que nunca vou saber dizer. E hoje o silêncio não-se-cala e a tua boca não me-cala-a-mim.