Diz-me porque é que o amor é um lugar tão estranho.
26 abril, 2011
Sinto-me em estado selvagem. O meu corpo quer explodir e a minha cabeça não deixa, porque encontra-se demasiada ocupada com pensamentos estúpidos e desnecessários. E por muito que me convença que sou eu que tomo as decisões, acerto sempre ao lado, como quem joga o totoloto uma vida inteira. Se há partes de nós que têm vida própria, então porque insistimos em "mal-me-queres" e "bem-me-queres", sempre na esperança de um final feliz? Quando o corpo fala, respondemos (qualquer que seja essa resposta). E muitas vezes o instinto, sim aquele que dizem que as mulheres têm, fala mais alto. E quando fala, é como se mais ninguém se ouvisse.
25 abril, 2011
24 abril, 2011
Lembro-me de odiar discussões, desde que sei quem sou. Serei anormal por isso? Odiar é uma palavra dura. Mas odeio quando a situação se provoca e se geram conflitos que só terminam quando alguém chora, quando alguém desiste ou quando alguém se magoa. Aliás, vamos ser sinceros: magoados saímos sempre.
23 abril, 2011
É estranho quando mensagens nos despertam sentimentos antagónicos. Ontem foi dia de te sentir, quando há muito tempo não sabia de ti. Dou-te razão quando dizes que os pedidos de desculpa são realmente de evitar, mas se os evitamos é sinal que estamos sempre à procura de fugas e acredito que as coisas não sejam tanto-assim. Usamos as desculpas para justificarmos as nossas faltas. E eu falo cheia de culpa de coisas que fiz e que deixei por fazer. Porque sabes, se conseguiste ser uma das pessoas mais presentes do meu último ano académico, também conseguiste me manter longe durante o teu.
- Não tenho tido muito tempo para te procurar - disseste-me.
E eu não sabia que precisava de muito tempo para te perder. Nem sabia que ia custar tanto ter-te de volta.
Odeio quando te saiem uma data de exigencias dessa boca-para-fora. Acho que sempre que isso acontece, não tens noção das consequências provocadas. Não podes ter. E acreditamos que de cada vez que exiges, e de cada vez que não posso ou não consigo superá-las, mais me afastas. E quando duas pessoas estão longe (não em distância física, mas em distância relacional), a relação desvanece. Faz tempo que a tua fotografia se tornou translúcida, desfocada, apagada.
22 abril, 2011
Dá-me vontade de te ligar só para saber se estás aí. Admito que ganho tempo sempre que penso que já eras o mundo inteiro, antes de mim. Isso significa que nada do que te dou é a causa do que me deste ou daquilo que és. E zangaste sempre que discordo de ti, mas a verdade é que preciso saber se és mesmo real, de tão real que és. E sabes, ainda hoje não sei ao certo o que me faz desejar-te. E ainda bem, porque de cada vez que olhamos para as pessoas parece que elas deixam de existir. E tu contrarias tudo isso.
18 abril, 2011
Às vezes acontece o coração subir à cabeça e impregnar-se no que de mais consciente tenho. E que eu nunca perca a capacidade de, no final do dia, pousar na mesinha de cabeceira todos os meus pensamentos estúpidos e emaranhar-me na quantidade de coisas que esse mesmo sábio coração ensinou a essa mesma aprendiz cabeça. Ainda que só lhe tenha ensinado coisas na negativa.
17 abril, 2011
Esta noite o John Legend tem-me feito companhia. Foi a forma que arranjei para te sentir mais perto. Sei que é um vício estúpido escolher o caminho errado, para chegar ao certo, mas é mais forte do que eu. E por muito que me apeteça esquecer o teu nome, a tua voz, a tua teimosia, e a quantidade de vezes que correste para mim de braços abertos e pedias para não dizer nada com medo que estragássemos tudo; acabo sempre por te procurar onde há muito tempo deixaste de estar. E desculpa não me despedir de ti, mas também não me avisaste que te ias embora, sem viagem de regresso. E ao fim ao cabo, foste o maior doce engano da minha vida. E venha quem vier, nada será tão bom e tão mau ao mesmo tempo, como tu.
14 abril, 2011
Hoje preciso muito do teu beijo antes de adormecer. Podemos dizer que é egoísmo, porque sei que o teu beijo faz parar o meu tempo. E sim, eu preciso parar o meu tempo, para poder sair dele. A vida frenética às vezes faz-me colapsar, sem que o corpo se mova segunda a minha vontade. É uma sensação estupidamente paralisante. Foi então que percebi que o tempo me foge das mãos. Percebi que o meu tempo é de todos, menos de mim própria. E isso foi talvez a pior conclusão de sempre.
13 abril, 2011
Alguém descobriu que o maior desafio que existe não é viver, mas sim estar em equilíbrio. As pessoas gostam de adrenalina, de correr atrás de emoções fortes, de linhas ténuas entre opostos. Por isso é que se fala tanto em amor-ódio. Sim, tudo-junto. E digo tudo-junto, porque as pessoas vivem escrupulosamente na corda-bamba, onde os sentimentos chocam uns contra os outros. E no fim, é uma grande salsada. Com discussões e beijos e exigências estúpidas e cruéis e abraços que páram o mundo. Cansa só de ler, e acredito que depois de provar, vem o gostar com o bónus de um desequilíbrio viciante. E nunca ninguém disse que os limites são um bom vício, nunca ninguém disse.
É normal ela se assustar com a quantidade de coisas supérfluas que tiram as pessoas do sério. Ou porque não entende ou porque não tem a sensibilidade de entender aquilo que não merece entendimento. A verdade é que é maior o tempo que perdemos a discutir do que aquele que ganhamos ao fazer as pazes. Muitas vezes o que acontece é colocar uma pedra sobre o assunto, usar uma borracha para apagar palavras feias e duras, rasgar a página ou simplesmente fingir que nada aconteceu e seguir em frente. Muitas vezes uma discussão de uma hora, transforma-se num beijo curto e fugaz ou num semi-abraço que esqueceu que o orgulho existe.
Hoje, vou adormecer com medo que tudo isto invada o meu mundo. Tudo porque não estou preparada para entender o que eu própria não sei explicar.
Hoje, vou adormecer com medo que tudo isto invada o meu mundo. Tudo porque não estou preparada para entender o que eu própria não sei explicar.
12 abril, 2011
Percebi que a coisa mais difícil é evitar-te, é desviar o olhar quando me fitas ao de longe e fingir que nunca conheci todos os pormenores do teu corpo. A coisa mais difícil é acreditar que me conheço melhor do que tu, e que sei exactamente o que estás a pensar neste momento. A coisa mais difícil é imaginar-me pensar em tudo isto, sem que faças parte, sem que te mistures nas minhas histórias. Difícil é ser o que fui contigo, sem ti.
10 abril, 2011
As emoções tornam-nos humanos e as discussões animais. E é por isso que por vezes sentimos que vivemos numa selva, onde as palavras se atropelam e o bom senso foge por entre os dedos.
Mas sabes, eu nem sempre sei lidar com os humanos, mesmo que as emoções sejam o único dialecto que conhecem.
E até podemos admitir que há dias muito bons e há dias muito maus. Talvez por isso, nos dias maus achamos que nunca mais iremos ter dias bons. E nos dias bons sabemos que amanhã poderá ser um dia mau.
Não te sei dizer se os dias muito bons correspondem às emoções e os dias muito maus às discussões.
Mas dizem que quanto mais sentimos, menos sabemos. E as discussões, essas desgastantes e fatídicas, às vezes são a única forma de resolver as pontas soltas.
07 abril, 2011
05 abril, 2011
"- Sabes, quando alguém se afasta, é porque não gosta de nós na quantidade certa: ou gosta de mais, ou gosta de menos, disse-me ele, assim do nada, como que a ler os meus pensamentos que dançavam longe dali.
- E como é que sei se é de mais ou de menos?
- Não sabes. Nem interessa. A quantidade não está certa, é tudo o que precisas de saber."
- E como é que sei se é de mais ou de menos?
- Não sabes. Nem interessa. A quantidade não está certa, é tudo o que precisas de saber."
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