Hoje dei por mim a pensar que quando queremos dizer tudo o que nos vai na alma (onde quer que isso seja), as palavras perdem-se no nosso corpo e nem sequer chegam à boca. Outras vezes acontece atropelarem-se e confundirem-se.
As palavras são traiçoeiras, mas os sentimentos são mais ainda. Envolvem-nos, sugam o melhor de nós e, no fim, não pagam as contas, antes de se irem embora. Eu sinto muito e falo pouco sobre isso. E a verdade é que quando tento verbalizar sentimentos acabo por perceber que ficou tudo por dizer. Prefiro os silêncios bons. Aqueles que nos abraçam e nos aquecem por dentro. Aqueles que nos ouvem pacientemente e que irrevogavelmente não há ninguém que faça isto com tanta perfeição.
E eu sei que não sou pessoa de contar os meus problemas a meio mundo, ao contrário de ti, que não descansas enquanto o mundo inteiro não sabe. Talvez por isso goste mais de ouvir do que falar. Mas sei que falar-ouvir é uma balança em desequilibrio nos dias de hoje.
As pessoas não têm tempo. E as palavras e os sentimentos, também, estão no desemprego. As portas fecham-se, as pessoas cansam-se.
E o mundo continua a tentar falar de amor. Um amor em tempos de crise.
E por muito que eu tente falar, as palavras perdem-se e, no final, ficou tudo por dizer. Ou quase tudo.
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Estou aqui para silêncios bons, meias palavras, olhares cúmplices ou até mesmo conversas pela noite dentro :)
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