31 janeiro, 2012

"You don't know how lovely you are."
Esta noite contei-te uma história. Eu sei que não foi a primeira vez e não que tenha sido assim tão diferente de todas as outras noites, mas apetece-me escrever sobre isso. Hoje quero que te sintas ainda mais especial. Mesmo que eu não te consiga dizer tudo o que sei. Mas às vezes falamos sem abrir a boca. E é nessas alturas que falamos melhor sobre tudo o que sentimos. Sem tirar, nem pôr. Às vezes as palavras estragam tudo. Às vezes as palavras não sentem. E sim, sentir também é uma maneira de saber. Tu, sabes?

24 janeiro, 2012

Não tenho a menor noção de quando comecei a gostar de ti.

15 janeiro, 2012

Hoje quero ter um momento de cansaço. Quero chegar a tua casa e cair nos teus braços, entregar-te o meu cheiro e ficar com o teu. Quero saber se a distância te roubou as partes que mais gosto em ti. E quero investir em tudo aquilo que acredito, mesmo que isso seja a maior incerteza da minha vida. Ás vezes temos que deixar as pessoas entrarem na nossa vida, ainda que devagarinho. São elas que nos fazem ser mais e melhores. E são elas que causam uma revolução na nossa alma. As pessoas são geneticamente emocionais, tal como eu. E se acho que é inato reagirmos com o coração, também acho que 99% das vezes que o fazemos somos os tipos mais estúpidos à face da terra. A estupidez também é inata. E eu sou estúpida que chegue.
"Mais do que o tempo que perdemos, ficou para trás também o que nos juntou."

13 janeiro, 2012

É fácil saber se um amor é o primeiro amor ou não. Se admite que possa ser o primeiro, é porque não é, o primeiro amor só pode parecer o último amor. É o único amor, o máximo amor, o irrepetível e incrível e antes morrer que ter outro amor. Não há outro amor. O primeiro amor ocupa o amor todo. Nunca se percebe bem por que razão começa. Mas começa. E acaba sempre mal só porque acaba. Todos os dias parece estar mesmo a começar porque as coisas vão bem, e o coração anda alto. E todos os dias parece que vai acabar porque as coisas vão mal e o coração anda em baixo. (...) O primeiro amor ocupa tudo. É inobservável. É difícil sequer reflectir sobre ele. O primeiro amor leva tudo e não deixa nada. Diz-se que não há amor como o primeiro e é verdade. Há amores maiores, amores melhores, amores mais bem pensados e apaixonadamente vividos. Há amores mais duradouros. Quase todos. Mas não há amor como o primeiro. É o único que estraga o coração e que o deixa estragado. (...) E os nomes dos nossos primeiros amores? Os nomes doem. Parecem minúsculos milagres. Cada vez que se pronunciam, rebenta um pequeno terramoto no equador. E as mãos? Quando a mão entra na mão de quem se ama e se sente aquele exagero de volts e de pele, a única resposta sensata é o assassínio, o exílio, o suicídio. Nada fica de fora. O mundo é uma conspiração cinzenta de amores em segunda mão. Nada é puro fora daquelas mãos. O tesouro está a arder, as pessoas estão a morrer, os olhos cheios de luz estão a cegar, mas o primeiro amor é também, e sem dúvida, o primeiro amor do mundo. (...) Não há regras para gerir o primeiro amor. Se fosse possível ser gerido, ser previsto, ser agendado, ser cuidado, não seria primeiro. A única regra é: Não pensar, não resistir, não duvidar. Como acontece em todas as tragédias, o primeiro amor sofre-se principalmente por não continuar. Anos mais tarde, ainda se sonha retomá-lo, reconquistá-lo, acrescentar um último capítulo mais feliz ou mais arrumado. Mas não pode ser. O primeiro amor é o único milagre da nossa vida - e não há milagres em segunda mão. É tão separado do resto como se fosse uma primeira vida. (...) Mas é por ser insustentável e irrepetível que o primeiro amor não se esquece. Parece impossível porque foi. Não deu nada do que se quis. Não levou a parte nenhuma. O primeiro amor deveria ser o primeiro e esquecer-se, mas toda a gente sabe, durante o primeiro amor ou depois, que é sempre o último. (...) Será por isso que o primeiro amor nunca é o único? Que lindo seria se fosse mesmo. Só para que não houvesse outro.
Miguel Esteves Cardoso

05 janeiro, 2012

Às vezes apetece-me escrever. Escrever sobre ti, sobre nós e sobre nada. Gostava de saber o que estás a pensar neste exacto momento. Talvez isso de pouco me valesse, poderias estar a vaguear na cabeça de uma outra pessoa, também. É preferível morrer ignorante, com a estúpida esperança de que faço parte de uma das partes que ainda não conheço de ti. Ás vezes sinto que metade das coisas que desejo são uma treta e, então, o meu Janeiro dura apenas 31 dias e não o ano inteiro. Sim, porque em Janeiro toda a gente se esforça por uma data de coisas que ilusoriamente acredita que vão durar até o ano voltar a mudar o ultimo número do seu "nome". 2013, ainda está longe. E a verdade é que ainda está tudo por acontecer.
When she was just a girl She expected the world But it flew away from her reach So she ran away in her sleep Dreamed of para- para- paradise…
Coldplay - Paradise
As pessoas dizem-me que às vezes sou tu. E ser tu é fugir de mim e procurar em ti aquilo que nunca encontrei em ninguém. A verdade é que entro sempre em lutas erradas; lutas que não se vêm, que não se entendem e que não se ganham. Lutas inúteis. Às vezes perco a cabeça, eu sei. Mas prefiro continuar a procurar em ti aquilo que me faz feliz, mesmo que não saiba traduzir isso em palavras. Afinal de contas, estar contigo nunca foi um mau presságio e as palavras, essas escassas e incompletas, nunca dizem tudo o que queremos. Nunca.

04 janeiro, 2012

2012. Nem dei pela sua chegada e o mundo não parou. As pessoas continuam iguais, apenas com mais um leque de resoluções de ano novo que não vão chegar a cumprir. Este ano, ao contrário de todos os outros, não pedi um único desejo, não brindei com champanhe, nem fiquei nervosa com a aproximação das derradeiras doze badaladas. Este ano, ao contrário de todos os outros, recebi o novo ano (ou ano novo, como preferirem) com o teu cheiro a invadir os meus sentidos, os teus braços enrolados no meu corpo e eu deitada num silêncio calmo e estonteante. 2012, em pormenores.