25 setembro, 2011

Dou por mim a escrever para me libertar da emoção, para a transferir deste meu corpo e ficar sossegada entre as mil dúvidas que me assombram. O meu rosto foi desenhado com a cara de quem me está a ouvir, para que não me façam perguntas quando não quero responder. E pensar que continuamos a viver num talvez, quando temos o poder na mão. E pensar que tudo seria melhor, se não adiasses as certezas. Sabes a solução e preferes ver-me sem saber, seja o que for.

23 setembro, 2011

Não quero reviver nenhum passado, que machuque secreta e silenciosamente. E eu não travo conversas com ele faz tempo. Porque tu tens sido um escape, um ponte de fuga, uma viagem sem regresso, mas certa e segura. És imprevisível e, ao mesmo tempo, é como se soubesse quase tudo de ti. Não quero que digas nada, não quero que me expliques, nem que me procures. Porque eu vou estar por perto para te lembrar tudo o que já vivi contigo.
Como é que se volta atrás no amor?
O teu sorriso é só disfarce.

20 setembro, 2011

Tento não dizer aquilo que depois não posso retirar.
Apago tudo e peço um pouco mais de calma.
Deito-me à espera sobre um dia não e, por momentos, esqueço a distância que será o único pano de fundo. Já não me lembrava do sabor de uma lágrima, mas voltei a prová-la ontem, hoje e à mais ou menos meio minuto atrás. És um bocadinho mais do que devias e isso assusta-me.
- Vou ter saudades tuas - sussurraste, a meio daquele abraço sufocante.
A tua t-shirt absorveu a lágrima, um pedacinho antes de a provar.
E eu, estúpida e atónica, respondi que atrás do pôr do sol existem potes de ouro e estão todos à tua espera. Sabes, quem cumpre um sonho sabe bem o valor do que quer. E olho para ti, com orgulho, ontem, hoje, e à mais ou menos meio minuto antes de me cair mais uma lágrima. Vai, mas volta...

04 setembro, 2011

Percebi com uma facilidade arrepiante que a nossa balança está em desequilíbrio. E esta história já me aconteceu. A dada altura percebemos que o amor é um desconsolo, que aquilo que poderia encher a nossa vida é também aquilo pelo qual esperamos incansavelmente. Percebi com uma facilidade estúpida que gosto de ti mais do que queria e que posso pagar caro por isso, principalmente porque já és muito mais do que eu te sei dizer. E se achavam que tinha crescido nestas coisas do coração, desenganem-se. Sou ainda mais ingénua que ontem e mais amante que amanhã.