30 janeiro, 2011

  O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra.


Elogio ao Amor, de Miguel Esteves Cardoso.

20 janeiro, 2011

"Tem tanto de irónico e triste como de belo e querido, quando constatamos que as amizades que nos restam e também as mais fieis, são os ex-namorados."

19 janeiro, 2011

Cada vez mais acredito que o orgulho, ou o que quer que este estado se chame, fará com que sejamos capazes de não nos falarmos durante meses. Muitos. Mas eu não sou boa em descobrir quando é a melhor altura para falar-te ou em estar preparada quando me vieres procurar. E isto faz-me andar sempre ao contrário das coisas. Tudo se complica quando eu não te falo e tu não me procuras. Há uma conversa que tem que acontecer. De todo. Só não sei é quando.

16 janeiro, 2011

"O amote que eu falo, este, não deveria ter espaço para que nenhuma letra respirasse, para que ficassem ali as letras apertadinhas de forma a não caber mais nenhuma porque a verdade é que quando se ama alguém não cabe mais ninguém ali, porque não há espaço, porque as letras estão literalmente sufocadas por essa palavra que se deveria escrever apenas e só assim: Amote." 
Fernando Alvim.

07 janeiro, 2011


Às vezes amamos na dose errada. Completamente.

05 janeiro, 2011



Tanta coisa que o meu corpo arrasta, enquanto o tempo passa (cada vez mais devagar). Já perdi muito, mas ganhei muito mais. Tudo está no seu lugar e a vida só choca a sorte pra quem quer. 
O meu amor está perto. E se alguma coisa correr mal, não me venhas dizer (de novo) que fui eu que estraguei tudo.




A liberdade é algo que nunca podemos usar para troca.

04 janeiro, 2011

    Não preciso que me ligues todos os dias para saber que és das únicas pessoas que me atura. 

03 janeiro, 2011

Há coisas que o dinheiro não compra, ainda que me convenças que não tenho razão. Não me fales em desejos, agora. Só quero gravar os melhores momentos. O resto? O resto pouco me importa.

02 janeiro, 2011

O sangue a correr demasiado depressa nas veias significa exactamente o quê?
Ouvi dizer que 2011 seria "O" ano. Digámos que sabe bem acreditar que sim.
Gostávamos muito que todos os dias fossem os "nossos dias", não gostávamos? E será que não são?