Fernando Alvim
29 setembro, 2010
"Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós."
15 setembro, 2010
13 setembro, 2010
- tenho medo de compromissos - disse-lhe.
- eu sei, e preferia que não o tivesses. parece que isso te congela.
- babe, eu preciso de saber se gostas mesmo de mim. talvez isso também congele o meu medo.
De repente deixou de se ouvir a música da Vh1 a tocar lá ao fundo, naquela mesa de café, quanto tinham escolhido a mesa mais escondida.
- pois, mas a questão é que eu não sei responder a tudo aquilo que sentimos.
- eu sei, e preferia que não o tivesses. parece que isso te congela.
- babe, eu preciso de saber se gostas mesmo de mim. talvez isso também congele o meu medo.
De repente deixou de se ouvir a música da Vh1 a tocar lá ao fundo, naquela mesa de café, quanto tinham escolhido a mesa mais escondida.
- pois, mas a questão é que eu não sei responder a tudo aquilo que sentimos.
12 setembro, 2010
há dias que simplesmente gostavamos que não chegassem. e quanto mais perto estão, mais estranho fica.
- não tens falado com ela?
- nem por isso. vidas incompatíveis ou apenas vidas ocupadas.
- pois, sempre te disse que havia um momento em que sentirias que o tempo que passaste com as pessoas e o que viveste com elas, não chega para suportar o dia-a-dia.
- (silêncio). até podia dar-te razão, mas o que ganharia com isso?
- talvez a confirmação de mais uma data de desamores.
(a vida não tem que ser só fins. e percebemos sempre isso apenas quando uma coisa boa nos acontece.)
ela é a pessoa mais sortuda que conheço. ok, a segunda pessoa mais sortuda que conheço. e por muito que ela ache que não, as cartas estão certas (ainda que eu seja bastante céptica, astrologicamente falando). ela é uma pessoa que, ainda que distante e ausente, preciso ter. não porque somos confidentes ou cúmplices (não o somos), mas porque sempre que estou com ela volto para casa mais rica. e é uma sensação frenética. só que, quando nos sentimos assim, o que podemos fazer para ter essa pessoa mais perto? ela é a pessoa mais sortuda que conheço. ok, a segunda pessoa mais sortuda que conheço. talvez seja eu a primeira, talvez.
10 setembro, 2010
09 setembro, 2010
08 setembro, 2010
não sei se é uma necessidade se uma moda, mas ter uma melhor amiga acaba sempre por mudar tudo. já a tive ou já as tive (whatever). e por muito que me convença do contrário, foi nessas alturas que me senti estupidamente importante. as melhores amigas são uma perfeita simbiose, alimentada por coisas que inocentemente e irrevogavelmente se deixam escapar do melhor e do pior que temos. melhores amigas à parte, nunca se espera encarar uma história inacabada com um fim premeditado. e é assim, quase sempre, que tudo muda. exactamente no dia em que deixamos para trás o que ocupavamos na vida uma da outra. já me sinto só, quase um ano depois. e quem me dera acreditar que só o tempo mudou. que só o tempo mudou, quando tudo já está diferente.
ouvi uma música na rádio que me arrepiou desde a ponta dos pés. era tua. e já foi minha também. não consegui cantar, ainda que a letra obcessiva e compulsivamente trespassasse os meus pensamentos. esqueceste-te de levar tanta coisa que era tua. e agora, o que faço com esta música que não me sai da cabeça?
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