às vezes sinto que não sou a tua prioridade.

- é mais um sítio que te vou levar, em Abril, disse-me baixinho. e apesar de não ser muito apologista de fazer planos, há alguns que sabem tão bem... minuciosamente, somos capazes de pormenorizar cada detalhe que gostavamos que não faltasse num tal momento. e a verdade é que sou expert nisto. talvez seja por isso que me acontecem sucessivamente dejá vú's, estupidamente perfeitos.

hoje esqueci de te dizer que tenho saudades tuas, antes de nos despedirmos ao telefone. mas falar em saudades só as aumenta. e, exponencialmente falando, sei o que essa palavra significa.

bulletproof day's. she's alive.

vinte-e-duas-primaveras.

sentimentos a chocarem uns contra os outros. e uma-mão-cheia-de-fins. se calhar, este é apenas mais um. um fim que nem sequer teve direito a história.

pergunto-me se faz sentido continuar a sonhar contigo, todas-as-noites e a querer ter os teus braços enrolados no meu pescoço, quando acordo.

até posso admitir que quero esperar por ti. mas preciso que não deixes o cigarro apagar-se. isso significaria que a nossa relação soube o que era um ponto final. também não procuro finais felizes, procuro vírgulas felizes. daquelas que não terminam histórias, apenas lhes dão a possibilidade de recomeçarem, vezes sem conta.

podemo-nos sentir estranhamente especiais e, no exacto momento seguinte, vemo-nos à parte de um mundo ao qual queremos à-força-toda pertencer. eu sinto isso. e sinto que não mais posso fazer para te alcançar.

[ffffound]

é quando chegamos ao limite que descobrimos forças. forças que nunca ousamos pensar que existiam.

[ffffound]

pensar excessivamente nas coisas é, para mim, o mesmo que bloquear. e sempre que bloqueio, perco demasiadas oportunidades. no meio delas, talvez estivesse o meu passaporte-para-o-desconhecido: aquele que me podia levar a lugares verdadeiramente bonitos. e, a frustração e a impotência são talvez dos sentimentos mais díficeis de derrubar.

quanto tempo é suposto esperarmos por alguém?

[ffffound]

as pessoas atropelam-se quando falam, esmagam-se quando tentam disputar alguém ou alguma coisa. e esquecem-se que a vida não foi feita de grandes quedas, mas sim de pequenos voos. não vale a pena dizermos o quanto gostamos de alguém, quando não mostramos o que essa pessoa é na nossa vida, todos-os-dias. e estúpido é aquele que acha que as palavras não precisam de ser ditas, estúpido é aquele que acha que as oportunidades se conquistam e não que se criam. estúpido é aquele que ama incondicionalmente e que incondicionalmente se magoa com grandes quedas, quando tenta pequenos voos. se ainda acho que não sou estúpida, acabei de escrever razões de sobra para achar, exactamente, o contrário... gostar de ti, foi a coisa mais dificil que já me aconteceu. 

[ffffound]

se sair à rua, vou gritar e pedir que esta noite me dediques uma canção. os acordes fazem-me acalmar, por breves instantes, apenas breves instantes.

os primeiros passos não servem apenas para serem tidos em conta quando não são praticados.. e é extremamente injusto que uses esse argumento quando espero que os tomes, após mil-cento-e-uma tentativas da minha parte, de chegar a ti. os primeiros passos são a primeira oportunidade de alguma coisa. e descobri que há um tempo para baixar os braços. esse tempo, já esteve mais longe de acontecer.

Looking back over my shoulder..

afinal, que nome dás à nossa história?

o espelho nem sempre dá o melhor reflexo. hoje, é um dia triste.

amar realmente alguém. e só descobrir isso, demasiado tempo depois. é isto o que acontece a mais de 90% da população. e se a espera for longa, parte-se para novos amores, aqueles: fugazes, superficiais, flexíveis e que não magoam metade do que os primeiros. é assim que se vive nos nossos dias. e ainda não me habituei a isso. porque eu realmente vou descobrindo o quanto amo as pessoas, demasiado tempo depois. e os tardes-demais, normalmente, não encaixam nas relações.

em algum momento, vou ter que desistir de nós. porque a luta tem sido maior que os meus dias, e simplesmente nem tenho tido tempo para dormir e viver. só não sei quando vou conseguir fazê-lo. é mais difícil do que, algum dia, pude imaginar. e nunca imaginei grande coisa. inevitávelmente, temos sempre o instinto de fugir àquilo que nos mete medo. perder-te ou perder-me de ti (whatever) sempre me sufocou. e aos bocadinhos vejo-te a viver uma vida diferente da minha e isso, sem querer, vai sugando os bocadinhos que me deste. os que te dei nunca mais lhes pus a vista em cima. são teus. ninguém t'os tira. e, em algum momento, eu vou ter que aprender a desistir.

" O sofrimento nunca se esquece, mas à medida que o tempo passa, torna-se possível viver com ele "

Margarida Rebelo Pinto.

às vezes agarramo-nos a momentos, momentos que não crescem, nem têm futuro. um beijo a meio de uma frase, no meio da rua, ou no inicío de um filme. um beijo que acontece sem termos explicação para ele e que, momentos a seguir, nos estrangula. e são esses momentos que nos iludem, nos fascinam e nos mostram um mundo que não existe. as miragens também fazem parte das relações. e, por mais estranho que seja, acabamos por cair no erro de fazer exactamente aquilo que não devíamos.

não tentes entender-me, quando nem eu mesma o faço. não tentes mostrar que te preocupas, quando estás nas tintas para isso. não forces as coisas, não me provoques e não me faças chorar todas as noites. não deixes que eu me enfeitice com o teu olhar e caia no erro de ceder ao teu charme. não apareças nos meus sonhos. não me deixes um bilhete no dia seguinte a dizer o quanto me adoras e que sou a mulher-da-tua-vida. estou cansada de palavras.vamos dar um tempo, mesmo que isso seja um fim premeditado. eu não quero mais que sejas a causa de toda a minha nostalgia.

até já, estúpido estado.

hoje, percebi que é tudo uma questão de sorte. e sorte é algo que nos foge do controlo, que sai das rédeas do nosso comando e do nosso poder. e a imprevisibilidade nunca foi a melhor amiga de ninguém. hoje, percebi que a vida é um trampolim. ou saltas e cais no mesmo lugar (repetindo estereotipadamente o movimento), ou acabas por inocente e ingenuamente cair. é aí quando se perde tudo. as pessoas temem a sorte. e admito que eu também. com sorte ou azar, a minha vida tem sido um trampolim (nos últimos anos). e sim, já faz muito, muito tempo...